Enquanto isso, em uma segunda feira...
Mãe: - Já acabou o jornal de hoje?
Eu: - Já.
Mãe: - E teve alguma coisa importante?
Eu: - Ah, fora as investigações sobre a menina que foi jogada do sexto andar pelo próprio pai, apareceu um outro cara aí que segurou a filha por 24 anos dentro de um porão e teve 7 filhos com ela.
Mãe: - Um cara que o quê? (cara de pânico)
Eu: - Manteve a filha escondida em um porão por 24 anos e teve 7 filhos com ela. (cara de nada com nada)
Moral da história: Com as coisas que eu ando lendo, vendo e presenciando, se me disserem que um cachorro saiu na rua com um extintor de incêncio pendurado no percoço gritanto "fogo", acho que eu nem estranharia...
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Anestesia
Postado por Gabriela Cristina M. Ehlers às 19:23 5 comentários
terça-feira, 22 de abril de 2008
Maldita Verdade Absoluta
Postado por Gabriela Cristina M. Ehlers às 22:08 4 comentários
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Depende de quem morre.
11 de setembro de 2001 - Ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center de Nova Iorque e ao Pentágono em Washington - 3234 mortes e 24 pessoas desaparecidas. 17 de julho de 2007 – acidente com o vôo 3054 da TAM que Partiu de Porto Alegre em direção a São Paulo – 199 mortes. 29 de março de 2008, Isabella Nardoni de 5 anos é brutalmente assassinada, sendo jogada do sexto andar de um prédio. Tragédias que comoveram o Brasil e o mundo, que nunca são ou serão esquecidas e sempre renderão protestos, revolta, homenagens, tristeza, e várias e várias manchetes em jornais, telejornais, etc. E, claro, tudo isso é extremamente compreensível e necessário, afinal, são coisas que qualquer pessoa de bem jamais gostaria de ver.
Enquanto isso, cerca de 16 mil crianças morrem de fome ou problemas a ela associados por dia no mundo. Desde o dia da morte da menina Isabella, morreram, em média, 288.000 crianças da mesma faixa etária dela de fome no mundo. Não quero de forma alguma diminuir a gravidade do assassinato da menina (que, na minha opinião, deveria ser feito com o culpado o que foi feito com ela, pois se ele for mandado a um desses presídios brasileiros, corre sérios riscos de sair de lá jogando pessoas pela janela por esporte) e nem das outras duas tragédias as quais me referi anteriormente, mas alguém leu em algum jornal ou ouviu em algum noticiário algo sobre essa quantidade exorbitante de crianças que morreram durante esses períodos? Alguém ouviu falar de alguma manifestação de solidariedade, revolta ou que as bolsas tiveram graves quedas por conta dessas mortes? Eu não. E os culpados por essas mortes não devem ser punidos também?
E isso que nem me referi à quantidade de pessoas que morrem em nossas favelas diariamente e dos familiares que sofrem com estas perdas sem poder falar ou fazer nada, pois sofrem ameaças a outros entes queridos e a eles mesmos. Alguém escuta alguma notícia dessas mortes? Que eu me lembre, apenas a do jornalista Tim Lopes da Rede Globo. Eu queria tanto, mas tanto entender porque a morte de certas pessoas é mais “valorizada” do que outras, afinal, são todos seres humanos que perderam suas vidas em hora errada e de forma cruel. As mortes das tragédias que eu citei me comovem, claro que comovem, mas as cenas de crianças em meio a guerras, o fato de que 16 mil crianças morrem de fome no mundo por dia, as pessoas nas ruas passando frio e sem lugar pra dormir, famílias inteiras desesperadas por perderem tudo o que conquistaram uma vida inteira com uma tempestade de apenas 15 min, esse descaso com o meio ambiente agredindo todo o tipo de vida que existe no planeta me comovem também, me revoltam e fazem eu perguntar: - Por que?
Postado por Gabriela Cristina M. Ehlers às 22:50 4 comentários
domingo, 13 de abril de 2008
"Um dilúvio, um delírio."
Se é o fogo que continua queimando, eu não sei, mas o barulho da chuva e essa chegada de um friozinho que fazia tempo que não aparecia fez com que eu voltasse aqui para mais algumas palavras, não por necessidade, mas vontade de compartilhar as sensações que tudo isso me causa. A chuva e os dias cinzentos me agradam, principalmente nesses dias em que não se tem nada pra fazer e se pode ficar na companhia de um silêncio intocável e, o que me faz gostar desses dias é a certeza de que o sol vai brilhar novamente, e essa certeza trás uma esperança de que os próximos dias serão melhores, mais coloridos, mais cheios de vida, afinal, não existe chuva e escuridão que dure pra sempre. Algumas duram mais, outras passam mais rápido, mas o sol sempre insiste em voltar, ele nunca desiste de mostrar que ele sabe renascer depois da tempestade, e que podemos ter a mesma força que ele e voltar mais forte a cada dia.
“Que a chuva caia como uma luva, um dilúvio, um delírio. Que a chuva traga alívio imediato.” Humberto Gessisger
Postado por Gabriela Cristina M. Ehlers às 22:24 3 comentários
Talvez um fogo de palha.
O que acontece é que, numa tediosa madrugada de sábado pra domindo, entre 3 e 4 horas da manhã, me deu uma súbita vontade de fazer um blog, embora não creio que minha habilidade com palavras seja tão grandiosa a ponto de postar coisas que um grande número de pessoas se interessem a ler. Quem sabe essa solidão e, de certa forma, essa melancolia (não gosto dessa palavra, pois não tem muito a ver comigo e, quando tem, eu não a deixo transparecer de jeito nenhum) tenha me causado vontade de conversar, falar sobre coisas que vêm de mim e, como não tenho ninguém no momento, achei que o blog seria a forma mais fácil de "desabafo". O título "talvez um fogo de palha" refere-se a que, provavelmente, as postagens não sejam freqüentes e isso tudo seja só uma questão de tempo. Pelo menos, eu espero que seja. Referi-me antes a "desabafo" e, cá estou eu sem saber o que desabafar agora. Talvez até saiba, mas essa mania de esconder-me de mim mesma não deixa que eu seja extremamente transparente no atual momento. Quem sabe escrevendo, eu perca essa timidez que quase ninguém conhece, que é só minha, e consiga expressar o que eu sinta, aliviando-me de um peso que sempre carrego comigo dividindo-o com alguém. Mas, como me faltam palavras para tal tarefa, expressarei-me através da música, da letra de uma música de um dos maiores escritores que a Terra teve o prazer de contemplar: Renato Russo.
"Sempre precisei de um pouco de atenção
Acho que não sei quem sou, só sei do que não gosto
E nesses dias tão estranhos, fica a poeira se escondendo pelos cantos
Esse é o nosso mundo, o que é demais nunca é o bastante
E a primeira vez é sempre a última chance
Ninguém vê onde chegamos. Os assassinos estão livres, nós não estamos
Vamos sair, mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa, envelhecemos dez semanas
Vamos lá, tudo bem. Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite, ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia, comparamos nossas vidas
Esperamos que um dia nossas vidas possam se encontrar
Quando me vi tendo de viver comigo apenas e com o mundo
Você me veio como um sonho bom
E me assustei, não sou perfeito
E não esqueço a riqueza que nós temos, ninguém consegue perceber
E de pensar nisso tudo, eu, homem feito, tive medo e não consegui dormir
Vamos sair, mas não temos mais dinheiro
Os meus amigos todos estão procurando emprego
Voltamos a viver como há dez anos atrás
E a cada hora que passa, envelhecemos dez semanas
Vamos lá, tudo bem. Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite, ter um lugar legal pra ir
Já entregamos o alvo e a artilharia, comparamos nossas vidas
E, mesmo assim, não tenho pena de ninguém."
Postado por Gabriela Cristina M. Ehlers às 03:36 3 comentários